Coinbase e Mastercard disputam bilhão por stablecoin BVNK
A Coinbase e a Mastercard estão em negociações bem avançadas para comprar a BVNK, uma fintech britânica que trabalha com infraestrutura de stablecoins. Se tudo correr como o esperado, o negócio pode avaliar a BVNK em torno de US$ 1,5 bilhão a US$ 2,5 bilhões. Isso vem de uma reportagem da Fortune, que conversou com algumas fontes próximas ao processo. No entanto, ainda não há um acordo final, e a Coinbase, segundo as informações, está em uma posição vantajosa.
Os números envolvidos nesse possível acordo superam a aquisição da Bridge, uma startup de stablecoins, pela Stripe, que foi avaliada em US$ 1,1 bilhão no ano passado. Isso mostra que a BVNK está se destacando no setor de criptomoedas. Um porta-voz da Coinbase comentou que não se pronuncia sobre rumores, e nem a Mastercard ou a BVNK emitiram qualquer declaração até agora.
Criada há quatro anos, a BVNK auxilia empresas a integrar stablecoins em suas operações, que vão desde pagamentos e transferências internacionais até a gestão financeira. Em um movimento recente, a BVNK levantou US$ 50 milhões em uma rodada de investimento, que a avaliou em US$ 750 milhões. Em maio, a empresa recebeu também um investimento da Visa, embora o valor exato não tenha sido revelado.
Um olhadinha no futuro
Esse novo interesse por parte de grandes empresas em stablecoins reflete uma transformação na visão de como as empresas de pagamento e as de cripto estão encarando o dinheiro digital. A possível compra da BVNK pode mostrar como essas grandes corporações vêem as stablecoins como uma parte essencial da infraestrutura de pagamento.
Ryan Yoon, um analista da Tiger Research, comentou que para a Coinbase, isso poderia significar um controle maior sobre a emissão e distribuição de stablecoins, enquanto a Mastercard veria a aquisição como uma forma de se proteger contra a desintermediação, que poderia ocorrer se a liquidação via stablecoins ignorasse os sistemas tradicionais de cartões.
Ambas as gigantes que estão de olho na BVNK entendem que as stablecoins têm o potencial de mudar muito a dinâmica das taxas de intercâmbio no mercado. Isso faz com que busquem garantir uma posição sólida desde cedo no setor, que está em constante evolução.
Chris Miglino, cofundador da DNA Fund, que investe em cripto, acredita que as stablecoins estão apenas começando a se normalizar. Ele compara essa tendência ao que aconteceu com os DATs na Wall Street, sugerindo que as stablecoins podem futuramente substituir as transferências de dinheiro.
Ele e Brock Pierce, cofundador da Tether, a maior emissora de stablecoins do mundo, estão otimistas. Miglino menciona que estamos vivendo um momento em que a regulamentação pode tornar as stablecoins um padrão global, algo que já está em andamento.
Recentemente, a estreia pública da Circle, emissora de stablecoins, empenhou um marco na legitimidade do setor, ainda mais com a criação de regras específicas para esses ativos nos Estados Unidos. Isso indica que o movimento em direção à integração das stablecoins no dia a dia financeiro é mais do que uma tendência, é uma realidade que está se consolidando.